terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Gatos

Eu tenho um gato. Um vira-lata que há alguns anos atrás minha mãe encontrou passando na frente de casa. Nunca tinha visto bichinho mais magricela e feio. Mas minha mãe encasquetou que queria por que queria o gato, então a gente acabou ficando com ele.

Ele é hoje o xodó da família. O príncipe. Quem tem gato em casa sabe que, quando você menos perceber, ele tomou conta da sua vida e da sua casa. Ele é principalmente apegado aos meus pais. Quando eles viajam e eu fico aqui sozinho com ele então é uma deprê só. Fica miando pelos cantos, querendo atenção, alguém pra brincar. Apesar de toda a pose de independente, ele é muito carente.

Quarta-feira eu e meus pais fomos pra praia passar o ano novo e deixamos ele completamente sozinho. Imagino a solidão pela qual ele deve ter passado. Pobres vizinhos pra ouvir os lamentos dele também.

Chegamos hoje e ele nos viu e ficou meio atordoado, com aquela cara de "Nossa, vocês ainda existem?". Depois de todo esse tempo longe, que para o gato deve ter durado uma eternidade, nos ver de novo deve ter sido uma mistura de felicidade e apreensão.

Agora a pouco vi que, como ele já estava acostumado a fazer, meu gato estava deitado com meu pai no sofá. Enquanto meu pai dormia profundamente, o Ozzy, ao contrário do que ele normalmente faz, não dormia. Estava completamente ligado, tenso, os olhos bem abertos a qualquer movimento. Com medo de que a qualquer momento ele fosse perder o que tinha ali perto. Aquela pessoa que dava a ele uma enorme segurança. Medo de estar sonhando. Medo de fechar o olhos e quando os abrir perceber que tudo era um sonho.

O Ozzy provavelmente vai acordar bem cedinho amanhã, lá pelas 6h. Tenso, com medo.

Gato medroso.

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